Vacina da febre amarela nas escolas de Santos

Proposta é do vereador Bruno Orlandi para garantir a saúde das crianças

Durante sessão na Câmara de Santos realizada em fevereiro, o vereador Bruno Orlandi (PSDB) apresentou uma indicação à Prefeitura Municipal para que sejam disponibilizadas doses da vacina contra febre amarela nas escolas do município. A ideia é que alunos  da rede pública de ensino possam ser contemplados em breve.

Defendida por especialistas, a medida irá garantir a proteção de crianças cujos pais não conseguiram ir aos postos de saúde durante a campanha de vacinação promovida pelo Governo do Estado.

Transmitida por mosquitos, a febre amarela ocorre em locais de clima tropical e, em alguns casos, pode levar à morte. Infectologistas explicam que a vacina é a única forma de prevenção contra a doença.

Em Santos, estimativas da Secretaria Municipal de Saúde indicam que cerca de 84 mil pessoas foram vacinadas desde o dia 25 de janeiro, quando teve início a campanha. O número, no entanto, representa apenas 26,3% da meta de cobertura de 320 mil pessoas.

Baixada Santista

O mutirão de vacinação era tido como preventivo, pois teve início antes mesmo da chegada da doença à Baixada Santista. No último dia 9 de fevereiro, porém, o Governo do Estado confirmou a morte de um morador de uma área de mata de Itanhaém, o que indica que o vírus passou a circular na região.

O objetivo do Governo do Estado é vacinar 1,5 milhão de pessoas na região. Desde o início da campanha, 352.375 foram imunizadas, sendo 336.313 com a dose fracionada e 16.062 com a dose padrão.

Após aplicada a vacina contra febre amarela, as pessoas começam a desenvolver imunidade no prazo de dez dias e 99% estão protegidos dentro de um mês após a vacinação.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda a imunização de rotina em todos os países onde a doença é comum. Isto deve ocorrer normalmente após os nove meses de idade. Aqueles que viajam para áreas onde a doença ocorre também devem ser imunizados.

Saiba mais sobre a febre amarela

Estima-se que, a cada ano, a febre amarela seja a causa de 200 mil infeções e 30 mil mortes em todo o mundo, das quais cerca de 90% ocorrem em território africano. A doença é comum nas regiões tropicais da América do Sul e de África, mas não na Ásia.

Desde a década de 1980, porém, o número de casos de febre amarela tem aumentado. Acredita-se que isto seja devido à diminuição do número de pessoas imunes, ao aumento da população urbana, ao aumento do número de viagens e às alterações climáticas.

O tratamento de pessoas já infetadas destina-se apenas a aliviar os sintomas, não existindo medidas específicas eficazes contra o vírus da febre amarela. A segunda fase da doença, mais grave, provoca a morte de metade das pessoas que não recebem tratamento.

A doença teve origem em África, de onde se espalhou para a América do Sul através do comércio de escravos no século XVII. Desde então, vários surtos da doença têm ocorrido na América, em África e na Europa. Nos séculos século XVIII e século XIX, a febre amarela era uma das mais perigosas doenças infeciosas. Em 1927, o vírus da febre amarela foi o primeiro vírus humano a ser isolado.

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