Canal do Porto de Santos: Uma Grande Avenida Expressa

Os acessos ao Porto de Santos desempenham um papel crucial em sua posição como um dos principais complexos portuários globais. Para garantir sua relevância e competitividade, é imprescindível que esses acessos – seja via marítima, rodoviária ou ferroviária – recebam investimentos contínuos.

O progresso econômico da nossa região está intimamente ligado ao Canal do Porto de Santos, a principal rota de acesso aquaviário ao nosso complexo portuário. Este canal, que se assemelha a uma grande “Avenida Expressa” com aproximadamente 25km de extensão, exerce uma função essencial na operação segura e contínua das instalações portuárias, abrangendo desde a Baía de Santos até a região da Alemoa.

Em 2023, o Porto de Santos registrou um marco histórico ao movimentar um total de 173,3 milhões de toneladas, destacando sua importância na economia nacional e sua capacidade de crescimento contínuo. No ano anterior, mais de 5 mil embarcações navegaram por suas águas, fortalecendo ainda mais a posição estratégica do ecossistema portuário e logístico de Santos no mercado.

Um dos aspectos cruciais a serem destacados é a manutenção da profundidade do canal, fundamental para assegurar a segurança da navegação de embarcações de grande porte. No início do ano, o Porto de Santos recebeu o MSC Natasha XIII, primeiro navio com 366 metros de comprimento a atracar em seus cais, ressaltando ainda mais a importância desse aspecto para a operação portuária.

Recentemente a Autoridade Portuária de Santos (APS) publicizou a renovação do contrato para a dragagem de manutenção por todo o canal de navegação interno, assegurando a profundidade mínima de 15 metros, isso significa a garantia das operações no Porto de Santos.

Além disso, vemos esforços para aprofundar o canal, com estudos em andamento visando alcançar profundidades de 16 e 17 metros. Essa iniciativa não só melhorará as condições de navegabilidade, mas também possibilitará a atracação de navios de maior porte, impulsionando o comércio exterior e fortalecendo a posição do Porto de Santos no cenário internacional.

É importante ressaltar que o estudo precisa dar a devida atenção à balneabilidade das praias de Santos. Apesar do compromisso da APS em expandir o projeto-piloto de proteção costeira, implementado pela Prefeitura de Santos, é imprescindível um planejamento meticuloso, o uso de tecnologia especializada e a coordenação com as autoridades ambientais para garantir que as atividades sejam conduzidas de maneira sustentável.

Outro aspecto relevante a ser destacado é a cabotagem. Esse modo de transporte é fundamental na movimentação de mercadorias entre diferentes regiões do país, proporcionando uma alternativa mais eficiente e sustentável em comparação a outros modais, além de custos menores e maior segurança. No entanto, vale lembrar que, no Brasil, a cabotagem representa apenas 12% do transporte total de cargas.

Nesse contexto, Santos surge como um potencial Hub Port brasileiro, sendo principal  ponto de transbordo para cargas provenientes do transporte marítimo internacional e destinadas à distribuição por cabotagem para diversos portos dentro do país. Mesmo sendo uma solução viável e de fácil implementação, o modelo requer incentivos e regulamentações adequadas para se consolidar plenamente.

É imprescindível reconhecer o impacto substancial no desenvolvimento econômico das áreas onde os Hub Ports estão localizados. Eles não apenas criam empregos, mas também impulsionam o crescimento econômico e industrial. Isso ressalta a importância da instalação de uma Zona de Processamento de Exportação (ZPE) em Santos, contribuindo para os avanços e benefícios trazidos por um Hub Port.

O Porto de Santos é, inegavelmente, um dos motores da economia, tanto local quanto nacional. É essencial apoiar iniciativas que promovam seu desenvolvimento contínuo e modernização, o que abre espaço para debates visando aprimorar a cadeia distributiva do país. Isso garante que o Porto de Santos permaneça uma fonte vital de desenvolvimento, geração de empregos e renda não apenas para nossa cidade, mas para todo o Brasil.

Artigo publicado em 15/5/2024.

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