Às vésperas da Copa do Mundo da Rússia, nesta época em que todo o País está unido para torcer pela nossa Seleção, nada mais justo do que falar sobre uma modalidade pouco valorizada no Brasil: o Futsal Feminino.
O vereador Bruno Orlandi esteve no Centro Cultural do Morro São Bento e acompanhou uma tarde de treinos da equipe feminina de futsal do Santos Futebol Clube em parceria com a Fundação Pró-Esporte de Santos (SFC/Fupes).
Em 2018, o esporte será um dos contemplados com o recebimento de recursos via emenda parlamentar apresentada por Bruno Orlandi na Câmara Municipal de Santos.
“Tivemos a possibilidade de encaminhar uma emenda parlamentar do Orçamento Público de Santos para o Futsal Feminino, essa prática esportiva que tem se diferenciado muito na nossa cidade. Um exemplo disso é que, no ano passado, essas jovens conquistaram a Taça Regional para a cidade”, conta Bruno Orlandi.
Para o vereador, a prática esportiva não só tira os jovens da rua, mas ajuda a construir um futuro melhor para cada uma delas. “Ações como essa fomentam o esporte e fazem parte da educação em nossa cidade”, afirma o parlamentar.
Aos 25 anos, Jéssica, artilheira do time, comemora. “Para mim é bem gratificante (fazer parte da equipe), porque, junto com a Fupes, a gente ganha a bolsa-auxílio. Eu vi que ia ter uma oportunidade para fazer uma faculdade, senão eu não ia consegui me formar. Agora eu acabei de me formar em 2017, já estou trabalhando na área e isso eu acho que motiva muito”, acredita a atleta, recém-graduada em Educação Física.
Jéssica acredita em novos títulos em 2018. “A gente está treinando bastante, o elenco está fechadinho. Então eu acho que tem chance de sermos campeãs novamente”.
O futsal
Segundo dados da Federação Internacional de Futebol Associado (Fifa), o futsal é praticado em 140 países. No masculino, o Brasil é hexacampeão mundial, campeão Pan-americano, Sul-americano e tem participação e conquistas em diversos torneios internacionais.
No feminino, são 55 países praticantes da modalidade. Esse número bastante inferior de países reflete a realidade do futsal feminino: não existe um campeonato mundial, o futsal feminino não foi incluído nos Jogos Pan americanos no Rio de Janeiro e nos Jogos Sul Americanos e como no masculino, também não é esporte olímpico.
História
Parece difícil de acreditar, nos dias de hoje, que o futsal e o futebol já foram atividades proibidas para as mulheres
Esse veto, no entanto, existiu e foi criado no governo do presidente Getúlio Vargas, que proibia às mulheres a prática de esportes como futsal, o futebol, o halterofilismo, o beisebol e as lutas de qualquer natureza.
Nessa época e por muitos anos, a participação das mulheres dentro dos campos e das quadras esteve restrita apenas à torcida. Até que em 1981 – 16 anos após sua criação – o decreto foi revogado.
Para se ter uma ideia da dificuldade que as mulheres tinham para jogar futebol e futsal, a prática desses esportes por mulheres brasileiras foi oficializada apenas em 1983, pelo Conselho Nacional de Desportos (CND).
O primeiro campeonato feminino oficial organizado pela Confederação Brasileira de Futsal ocorreu em 1992 e contou com a participação de dez equipes indicadas por suas respectivas federações. A partir daí, o esporte começou a se popularizar cada vez mais e atrair mais adeptas, que passaram a contar, a partir de 2003, com uma Seleção Nacional.